Exmo. Senhor
Presidente da Junta de Freguesia de Cadima
Carlos Alberto Rebola Pereira, casado, militar na reserva, residente na Rua de Vale de Zambujal, n.º 108, 3060-115 Cadima, contribuinte n.º xxxxxx e eleitor recenseado na Junta de Freguesia de Cadima (xxxx).
Na sequência do pedido de V.a Exa. para colaborar na elaboração da proposta destinada à classificação como Imóvel de Interesse Municipal de terrenos públicos, situados entre Monte Grande e o Logadrão, vem assim reiterar a sua total disponibilidade para o referido efeito.
Tendo a certeza que com o interesse demonstrado por Vossa Ex.a e pelos seus colaboradores, nomeadamente o Tesoureiro e o Secretário da Junta, respectivamente, Joaquim José Bolito e Dr. Carlos Gregório, o primeiro residente no lugar do Zambujal - local onde se situam os terrenos em causa, e assim sensibilizado para a defesa deste património da sua terra, e o segundo licenciado em História, e por isso, conhecedor dos valores culturais do património em causa.
Assim sendo, a disponibilidade da Junta de Freguesia presidida por Sua Exa., conjugada com todo o potencial cultural e intelectual e conhecimentos interdisciplinares, dos membros que constituem a nossa Câmara Municipal - (que decerto é sensível às questões do património cultural e geológico do nosso concelho) - associa-se o interesse do Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Coimbra, personalizado pela Professora Doutora Helena Henriques, a qual se disponibilizou, como sempre tem feito, para colaborar e para fundamentar o parecer que elaborou, e do qual o Senhor Presidente da Junta de Freguesia é detentor de cópia.
A manifestar o interesse pela proposta de classificação do património cultural e geológico em causa refere-se ainda o Prémio Geoconservação 2006, com que foi galardoado o Museu da Pedra que também tem como colaborador o Secretário da Junta Carlos Gregório, prémio este que foi recentemente atribuído pelo grupo português da Progeo (Associação Europeia para a Conservação do Património Geológico).
Note-se que o objectivo foi premiar a autarquia de Cantanhede pela adopção de estratégias de conservação e valorização do património geológico do concelho. Saliente-se que o que está em causa nos terrenos referidos são os afloramentos do Jurássico médio (páginas de um “livro” onde estão inscritas as memórias da Terra, com cerca de 170 milhões de anos e que corre o risco de ser irremediavelmente destruído).
Todas estas felizes coincidências constituem condições excepcionais para que a salvaguarda deste património de excepção esteja garantida e que sem, sombra de duvidas, fundamenta a proposta aludida que V.a Exa. Certamente irá fazer seguir.
Mais uma vez o signatário reafirma a sua total disponibilidade para a colaboração devida com a autarquia nesta matéria e noutras.
Com os melhores cumprimentos
Carlos Alberto Rebola Pereira
Zambujal, 5 de Junho de 2006
Junta cópia de parecer e bibliografia do Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Coimbra elaborado pela Professora Doutora Helena Henriques.
PARECER
Os afloramentos jurássicos de S. Gião (Cantanhede) constituem, há muito, local de referência em estudos de estratigrafia portuguesa. Destaca-se a relevância do registo fóssil e o seu significado estratigráfico, particularmente no estabelecimento do limite entre o Jurássico Inferior e Médio, que foi e é objecto de referência junto da comunidade científica nacional e estrangeira. A atestá-lo, junta-se uma síntese das publicações científicas relativas às séries calcárias aflorantes entre o marco geodésico de S. Gião e a estrada Vila Nova - Zambujal.
O mesmo local tem servido, todos os anos, como área de trabalho prático das disciplinas de Estratigrafia e de Paleontologia da Licenciatura em Geologia da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, o que igualmente atesta o seu potencial didáctico.
Assim, e dada a vulnerabilidade do afloramento, que sucessivamente tem vindo a ser objecto de destruição, é nosso parecer solicitar à Câmara Municipal de Cantanhede a proposta de classificação do local como Imóvel de Interesse Municipal, disponibilizando, desde já, a nossa colaboração para efeitos da respectiva fundamentação científica.
Coimbra, 10 de Fevereiro de 2006
Prof. Doutora Maria Helena Paiva Henriques
Departamento de Ciências da Terra
Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra
PUBLICAÇÕES CIENTÍFICAS RELATIVAS AO PERFIL DA PASSAGEM JURÁSSICO INFERIOR-MÉDIO DE S. GIÃO (CANTANHEDE)
HENRIQUES, M. H. P. (1992) - "Biostratigrafia e Paleontologia (Ammonoidea) do Aaleniano em Portugal (Sector Setentrional da Bacia Lusitaniana)", Tese Dout., Univ. Coimbra, I.N.I.C., 301p., Figs.1.1 - 2.33, Ests.1-7.
HENRIQUES, M. H. (1995) - "Les faunes d'ammonites de l'Aalénien Portugais: composition et implications paleobiogéographiques" In M. GAYET & B. COURTINAT (ed.): First European Paleontological Congress, Lyon 1993, Geobios, Lyon, M. S. nº 18, pp. 229-235, 4 fig., 1 pl..
HENRIQUES, M. H., LINARES, A., SANDOVAL, J. & URETA, M. S. (1996) - "The Aalenian in the Iberia (Betic, Lusitanian and Iberian Basins)", in A. C. Riccardi (ed.) "Advances in Jurassic Research", GeoResearch Forum, Transtec Pub., Zurich, Vol. 1-2, pp. 139-150.
SANDOVAL, J., HENRIQUES, M. H., URETA, S., GOY, A. & RIVAS, P. (2001) – “The Lias/Dogger boundary in Iberia: Betic and Iberian cordilleras and Lusitanian basin”, Bull. Soc. géol. France, t. 172, nº4, pp. 387-395.
GOY, A., HENRIQUES, M. H., SANDOVAL, J. & URETA, S. (2000) - "Stratigraphic events at the Lias-Dogger boundary in Iberia: Betic and Iberian Cordilleras and Lusitanian Basin", "Les événements du passage Lias-Dogger", Séance spécialisée de la Societé Géologique de France, du Comité Français de Stratigraphie e da Association des Géologues du Sud-Ouest, Toulouse (França), Strata, série 1 - vol. 10, pp. 133-136.
HENRIQUES, M. H. (2000) - "Biostratigraphie (Ammonoidea) du passage Lias-Dogger dans le Bassin Lusitanien: la coupe de S. Gião (Portugal)", "Les événements du passage Lias-Dogger", Séance spécialisée de la Societé Géologique de France, du Comité Français de Stratigraphie e da Association des Géologues du Sud-Ouest, Toulouse (França), Strata, série 1 - vol. 10, pp. 31-35.
segunda-feira, março 31, 2008
Ambiente, do Monte Grande ao São Gião no Zambujal
Ambiente
Carlos Rebola27 de outubro de 2007 21:10
Para: gap
Zambujal, 27 de Outubro de 2007
Ex.mo Senhor
Presidente da Câmara Municipal de Cantanhede
Congratulo-me em verificar na comunicação social, que a CMC vai tratar do problema ambiental existente na antiga saibreira da Pocariça, com já fez e bem em Murtede.
No entanto Senhor Presidente fico bastante apreensivo, sobre o processo que leva a CMC a comprometer-se com a resolução destes problemas locais, porque apesar dos problemas serem denunciados legitimamente, a CMC não actua. Para que a CMC actue de facto é necessário que os problemas sejam publicitados na comunicação social ou através de queixas à GNR (SEPNA). Depois vem a EM INOVA, dizer, que vai indagar, donde vêm os resíduos perigosos de pavimento (alcatrão, betuminosas) e outros, para responsabilizar os infractores, é bom que assim seja. Mas, não é pratica comum, os particulares pavimentarem com estes produtos as suas propriedades, devem ser responsabilizados os donos das obras que originam estes resíduos perigosos, depois sim responsabilizar exemplarmente quem não cumpre o "Regulamento Municipal do Ambiente", "doa a quem doer".
As acções conducentes à solução destes problemas ambientais (quiçá sem importância global, poderão pensar) vem ao encontro duma solidariedade, que se deseja, para com as gerações vindouras às quais devemos deixar um bom legado ambiental. A reparação destes males, vai ao encontro do recomendado na Agenda 21 resultante da ECO 92 no Rio de Janeiro (a qual Portugal subscreveu) e que diz que os problemas ambientais devem ser corrigidos localmente com recomendado é preciso "pensar globalmente, planear regionalmente e agir localmente", pois, grandes problemas ambientais na maioria dos casos resultam do acumular de pequenos problemas locais não resolvidos. O cumprimento da Agenda 21 passa, pela resolução de facto destes "pequenos" problemas locais. Sem isto não é correcto dizermos que cumprimos as recomendações da Agenda 21 ou duma "Agenda 21 local".
Pois bem, Senhor Presidente, tenho vindo a alertar e a pedir acção a vossa Ex.ª, para o facto de no Zambujal terem sido depositadas muitas toneladas de alcatrão, ou se quiser, produtos betuminosos de pavimento, numa extensa área que vai do Monte Grande ao São Gião junto da "estrada real", estes resíduos resultaram das obras para o saneamento de Zambujal e Fornos. Estes resíduos perigosos estão na bacia do aquífero, que alimenta a exsurgência dos Olhos da Fervença, que nos dá este "ouro cristalino" que é desejável continue a ser puro e cristalino. A ser contaminado um aquífero demora centenas de anos a recuperar, mais uma vez precisamos ser solidários com as gerações futuras. É preciso no meu entender, limpar aquela área que nem sequer é propriedade de particulares, sob pena de estarmos a contribuir para a destruição consciente dum legado com muito valor (incalculável) em várias áreas, hoje e ainda mais no futuro.
Pergunto-me e o Senhor Presidente também deveria perguntar-se, porque, é que, só após conhecimento publico através da comunicação social há acção da CMC nestes casos ambientais? No caso da Pocariça numa das vigilâncias, em 9 de Setembro, que fiz como voluntário acompanhado do Diogo, fizemos um relatório da situação da saibreira (enviado em anexo), porque não houve antecipação da CMC ao SEPNA na tomada das decisões, agora tomadas? Será sempre necessária a denuncia na comunicação social ou ao SPNA da GNR para que a CMC actue? Sinceramente parece-me, que os serviços e "empresa municipal" da CMC em termos de actuação na resolução de questões ambientais, estão desfasados das expectativas e do que é publicitado.
O importante é que os resíduos perigosos provenientes duma obra publica outros lixos, sejam removidos para tratamento conveniente e que a área (mais de 50 mil metros quadrados) seja protegida, no sentido de evitar desmandos semelhantes deixando que a natureza continue a tratar dos "afloramentos", como tão bem tem feito, ao longo de milhões de anos entre o Monte Grande e Gião junto à "Estrada Real".
No seu papel meritório e com excelentes resultados, no implemento de boas práticas, resultantes da auto avaliação interactiva, o projecto "CAF" ainda tem muito trabalho a fazer junto dos funcionários da EM-INOVA na área das boas práticas ambientais.
Quanto às populações sugiro que sejam concretizadas acções de sensibilização e consciencialização dos munícipes "in loco" e presenciais, a população do Zambujal,
necessita destas acções.
Por último Senhor Presidente, compreendo que nunca tenha recebido qualquer resposta ou informação sobre as minhas comunicações à CMC sobre transgressões ambientais, parece-me que quando as coisas são incómodas, é melhor e mais cómodo, numa perspectiva política deixar estar as coisas como estão sem que haja qualquer comprometimento. Por isso não espero qualquer "feedback" a este E-mail, á semelhança do que tem acontecido com todas as minhas comunicações anteriores, todas elas feitas no sentido de dar a minha colaboração como cidadão e munícipe que pensei, fosse desejável. O sentido do que pensei começa a modificar-se. Gostaria Senhor Presidente que a par das muitas coisas boas que têm sido concretizadas pelo nosso município e que são o nosso orgulho, também estas "pequenas" coisas do ambiente fossem tratadas, para que a nossa herança e que vamos deixar aos vindouros, seja limpa de qualquer espécie lixo. Não faz sentido conspurcar a "casa de todos" com o lixo das nossas próprias casas, é como "varrer para debaixo do tapete" a uma escala diferente, obviamente.
Com os meus melhores cumprimentos
Carlos Rebola
Carlos Rebola
Para: gap
Zambujal, 27 de Outubro de 2007
Ex.mo Senhor
Presidente da Câmara Municipal de Cantanhede
Congratulo-me em verificar na comunicação social, que a CMC vai tratar do problema ambiental existente na antiga saibreira da Pocariça, com já fez e bem em Murtede.
No entanto Senhor Presidente fico bastante apreensivo, sobre o processo que leva a CMC a comprometer-se com a resolução destes problemas locais, porque apesar dos problemas serem denunciados legitimamente, a CMC não actua. Para que a CMC actue de facto é necessário que os problemas sejam publicitados na comunicação social ou através de queixas à GNR (SEPNA). Depois vem a EM INOVA, dizer, que vai indagar, donde vêm os resíduos perigosos de pavimento (alcatrão, betuminosas) e outros, para responsabilizar os infractores, é bom que assim seja. Mas, não é pratica comum, os particulares pavimentarem com estes produtos as suas propriedades, devem ser responsabilizados os donos das obras que originam estes resíduos perigosos, depois sim responsabilizar exemplarmente quem não cumpre o "Regulamento Municipal do Ambiente", "doa a quem doer".
As acções conducentes à solução destes problemas ambientais (quiçá sem importância global, poderão pensar) vem ao encontro duma solidariedade, que se deseja, para com as gerações vindouras às quais devemos deixar um bom legado ambiental. A reparação destes males, vai ao encontro do recomendado na Agenda 21 resultante da ECO 92 no Rio de Janeiro (a qual Portugal subscreveu) e que diz que os problemas ambientais devem ser corrigidos localmente com recomendado é preciso "pensar globalmente, planear regionalmente e agir localmente", pois, grandes problemas ambientais na maioria dos casos resultam do acumular de pequenos problemas locais não resolvidos. O cumprimento da Agenda 21 passa, pela resolução de facto destes "pequenos" problemas locais. Sem isto não é correcto dizermos que cumprimos as recomendações da Agenda 21 ou duma "Agenda 21 local".
Pois bem, Senhor Presidente, tenho vindo a alertar e a pedir acção a vossa Ex.ª, para o facto de no Zambujal terem sido depositadas muitas toneladas de alcatrão, ou se quiser, produtos betuminosos de pavimento, numa extensa área que vai do Monte Grande ao São Gião junto da "estrada real", estes resíduos resultaram das obras para o saneamento de Zambujal e Fornos. Estes resíduos perigosos estão na bacia do aquífero, que alimenta a exsurgência dos Olhos da Fervença, que nos dá este "ouro cristalino" que é desejável continue a ser puro e cristalino. A ser contaminado um aquífero demora centenas de anos a recuperar, mais uma vez precisamos ser solidários com as gerações futuras. É preciso no meu entender, limpar aquela área que nem sequer é propriedade de particulares, sob pena de estarmos a contribuir para a destruição consciente dum legado com muito valor (incalculável) em várias áreas, hoje e ainda mais no futuro.
Pergunto-me e o Senhor Presidente também deveria perguntar-se, porque, é que, só após conhecimento publico através da comunicação social há acção da CMC nestes casos ambientais? No caso da Pocariça numa das vigilâncias, em 9 de Setembro, que fiz como voluntário acompanhado do Diogo, fizemos um relatório da situação da saibreira (enviado em anexo), porque não houve antecipação da CMC ao SEPNA na tomada das decisões, agora tomadas? Será sempre necessária a denuncia na comunicação social ou ao SPNA da GNR para que a CMC actue? Sinceramente parece-me, que os serviços e "empresa municipal" da CMC em termos de actuação na resolução de questões ambientais, estão desfasados das expectativas e do que é publicitado.
O importante é que os resíduos perigosos provenientes duma obra publica outros lixos, sejam removidos para tratamento conveniente e que a área (mais de 50 mil metros quadrados) seja protegida, no sentido de evitar desmandos semelhantes deixando que a natureza continue a tratar dos "afloramentos", como tão bem tem feito, ao longo de milhões de anos entre o Monte Grande e Gião junto à "Estrada Real".
No seu papel meritório e com excelentes resultados, no implemento de boas práticas, resultantes da auto avaliação interactiva, o projecto "CAF" ainda tem muito trabalho a fazer junto dos funcionários da EM-INOVA na área das boas práticas ambientais.
Quanto às populações sugiro que sejam concretizadas acções de sensibilização e consciencialização dos munícipes "in loco" e presenciais, a população do Zambujal,
necessita destas acções.
Por último Senhor Presidente, compreendo que nunca tenha recebido qualquer resposta ou informação sobre as minhas comunicações à CMC sobre transgressões ambientais, parece-me que quando as coisas são incómodas, é melhor e mais cómodo, numa perspectiva política deixar estar as coisas como estão sem que haja qualquer comprometimento. Por isso não espero qualquer "feedback" a este E-mail, á semelhança do que tem acontecido com todas as minhas comunicações anteriores, todas elas feitas no sentido de dar a minha colaboração como cidadão e munícipe que pensei, fosse desejável. O sentido do que pensei começa a modificar-se. Gostaria Senhor Presidente que a par das muitas coisas boas que têm sido concretizadas pelo nosso município e que são o nosso orgulho, também estas "pequenas" coisas do ambiente fossem tratadas, para que a nossa herança e que vamos deixar aos vindouros, seja limpa de qualquer espécie lixo. Não faz sentido conspurcar a "casa de todos" com o lixo das nossas próprias casas, é como "varrer para debaixo do tapete" a uma escala diferente, obviamente.
Com os meus melhores cumprimentos
Carlos Rebola
sexta-feira, março 28, 2008
Carta CMC 5 Nov 2007
Zambujal, 5 de Novembro de 2007
Ex.mo Senhor Presidente da Câmara Municipal de Cantanhede
Mais uma vez venho denunciar o que tenho feito há anos a esta parte. Parafraseando o Senhor Vereador Dr. Pedro Cardoso na sua "Carta ao Director" no jornal "Boa Nova" de l de Novembro " "Consciente do meu dever cívico e habitual empenho em tudo o que se prenda com o "bem Comum"" tenho vindo a informar a Câmara Municipal de Cantanhede e a reclamar desta, acções conducentes à defesa dos terrenos públicos no Zambujal, que devido a uma inexplicável apatia da mesma estão todos os anos a serem ocupados por particulares em dezenas de milhares de metros quadrados com o óbvio desrespeito pelo património comunal, que vergonhosamente põe em risco o ambiente que é de todos, a qualidade da água armazenada nos aquíferos e os espaços verdes que por serem da população, deveriam estar ao seu serviço hoje e no futuro, as gerações futuras merecem solidariedade e respeito.
No passado dia 10 de Outubro de 2007 foi depositado entulho e lixo no sítio do "Chão do Pousio" em terreno público, artigo matricial n.° 16715, (40° 18'07" N; 8° 37'14" W) como fora reportado à CMC e a V.a Ex.a.
Pois Senhor Presidente da CMC, utilizando o "modus operandi", começar com algo aceite pela CMC, já várias vezes denunciado, a Va Ex.a e sem qualquer decisão por parte do poder local (Autarquia) de responsabilizar os autores, o terreno em frente do local referido acima, que confronta com caminho, foi recentemente lavrado, entrando vários metros no terreno público destruindo o caminho, uma espécie de "chico espertismo" que não havendo acção por parte da CMC, leva à ocupação de várias dezenas de metros do terreno público. Pois destruído o caminho, como se pode ver nas fotos, o próximo caminho é a estrada Monte Grande - Logadrão situada a poente, no meu entender é urgente acabar com estes desmandos, sob pena, de, com tristeza, voltar a ouvir dizer que, "não há nada a fazer" como aconteceu com o terreno de 8240 m2 (artigo matricial n.° 18192) no Monte Grande que a CMC parece ter deixado ocupar impunemente pelo Sr. XXXXXXXXXXX, no Monte Grande.
O tempo vai passando e os inertes com muitas toneladas de alcatrão de pavimento resultante das obras de saneamento do Zambujal, que também propositadamente ou não, cobriram os caminhos que existiam do lado esquerdo da Estrada Monte Grande - Logadrão continuam no mesmo sítio contaminando o solo numa área de várias dezenas de milhar de metros quadrados, com os tais resíduos perigosos (catalogados na lista de resíduos perigosos da UE), também aqui o mesmos "chico espertismo e a anuência da CMC. Penso, que só no local V.a Ex.a se poderá inteirar da real situação. Também os afloramentos do jurássico médio, que pela sua importância, há todo o interesse, já demonstrado por V.a Ex.a, em preservar, continuam a ser destruídos (ver foto). Afinal do que está a CMC presidida por V.a Ex.a à espera? Espera-se, como parece ser costume, nos casos referenciados que o tempo passe para que "legalmente" se possa dizer que "já não há nada a fazer" ou invocar uma qualquer figura de "abuso do direito"?
Senhor Presidente é triste, que uma Câmara Municipal que a todos orgulha pelas suas iniciativas a nível, Cultural, Tecnológico e de Equipamentos Sociais, demonstre este laxismo nesta aldeia do Zambujal, cujos habitantes sempre respeitaram o património comum, se veja hoje confrontada com esta ocupação do seu património com o beneplácito da Câmara Municipal, o que penso dá força aos prevaricadores, se assim não é, não se vislumbram acções de sinal contrário, pois é o que sinto com frustração, consciente do meu dever cívico e habitual empenho em tudo o que se prenda com o "bem comum", e pergunto-me, será que vale a pena exercer a cidadania, que é tão enaltecida nos comícios eleitorais pelos candidatos e que agora parecem rejeitar?
Nas populações rurais também há eleitores que votam na "confiança e certeza" do bem fazer dos que elegem. Tenho pensado Senhor Presidente, se não anda a CMC preocupada, não em resolver o que tem sido denunciado, mas sim, em apanhar o denunciante em falta, (o que não é difícil, devido ao facto do vosso silêncio e inacção causar grande stress e frustração), para aí sim dispender todos os recursos para o silenciar ou em linguagem vulgar o "arrumar".
As fotos (que me dispenso de publicar)
Ao contrário do vizinho a Norte este terreno foi lavrado até ao local onde no dia 10 de Outubro fora depositado lixo, destruindo o caminho com o qual confrontava. Foto tirada a 4Nov07.
O mesmo local da foto anterior onde ainda se vê o caminho de confrontação dos terrenos a
nascente. Foto tirada a 11Out07
Continuação da destruição dos "Afloramentos do Jurássico Médio"
Senhor Presidente talvez cartazes esclarecedores nesta área de terrenos públicos na Reserva
Ecológica Nacional surtissem bom efeito, não lhe parece?
O silêncio da CMC sobre estes casos, começa a revelar-se uma das muitas formas de violência psicológica, pelo menos assim me parece.
Como também me parece que não abona em nada as boas práticas pelas quais a CMC tem sido
elogiada.
Sinto o que provavelmente sente o Sr. Dr. Pedro Cardoso sobre a avaria dos semáforos não
resolvida, em Ança que várias vezes denunciou solicitando uma solução para o bem comum.
Por último como diz a CMC sobre os dinossauros "eles andam por aí" com o seu cérebro "de broca" reptiliano em actividade cada vez mais visível. O prestigiado Professor Galopim de Carvalho diz que o cérebro dos dinossauros não seria muito maior que o cérebro duma galinha. O respeitável e respeitado Paleontólogo, tem patente no Museu da Pedra uma mensagem sobre o que estamos a fazer ao nosso planeta em termos ambientais, que nos deveria fazer pensar e agir com o nosso humano cérebro.
Com os melhores cumprimentos
Carlos Rebola
Ex.mo Senhor Presidente da Câmara Municipal de Cantanhede
Mais uma vez venho denunciar o que tenho feito há anos a esta parte. Parafraseando o Senhor Vereador Dr. Pedro Cardoso na sua "Carta ao Director" no jornal "Boa Nova" de l de Novembro " "Consciente do meu dever cívico e habitual empenho em tudo o que se prenda com o "bem Comum"" tenho vindo a informar a Câmara Municipal de Cantanhede e a reclamar desta, acções conducentes à defesa dos terrenos públicos no Zambujal, que devido a uma inexplicável apatia da mesma estão todos os anos a serem ocupados por particulares em dezenas de milhares de metros quadrados com o óbvio desrespeito pelo património comunal, que vergonhosamente põe em risco o ambiente que é de todos, a qualidade da água armazenada nos aquíferos e os espaços verdes que por serem da população, deveriam estar ao seu serviço hoje e no futuro, as gerações futuras merecem solidariedade e respeito.
No passado dia 10 de Outubro de 2007 foi depositado entulho e lixo no sítio do "Chão do Pousio" em terreno público, artigo matricial n.° 16715, (40° 18'07" N; 8° 37'14" W) como fora reportado à CMC e a V.a Ex.a.
Pois Senhor Presidente da CMC, utilizando o "modus operandi", começar com algo aceite pela CMC, já várias vezes denunciado, a Va Ex.a e sem qualquer decisão por parte do poder local (Autarquia) de responsabilizar os autores, o terreno em frente do local referido acima, que confronta com caminho, foi recentemente lavrado, entrando vários metros no terreno público destruindo o caminho, uma espécie de "chico espertismo" que não havendo acção por parte da CMC, leva à ocupação de várias dezenas de metros do terreno público. Pois destruído o caminho, como se pode ver nas fotos, o próximo caminho é a estrada Monte Grande - Logadrão situada a poente, no meu entender é urgente acabar com estes desmandos, sob pena, de, com tristeza, voltar a ouvir dizer que, "não há nada a fazer" como aconteceu com o terreno de 8240 m2 (artigo matricial n.° 18192) no Monte Grande que a CMC parece ter deixado ocupar impunemente pelo Sr. XXXXXXXXXXX, no Monte Grande.
O tempo vai passando e os inertes com muitas toneladas de alcatrão de pavimento resultante das obras de saneamento do Zambujal, que também propositadamente ou não, cobriram os caminhos que existiam do lado esquerdo da Estrada Monte Grande - Logadrão continuam no mesmo sítio contaminando o solo numa área de várias dezenas de milhar de metros quadrados, com os tais resíduos perigosos (catalogados na lista de resíduos perigosos da UE), também aqui o mesmos "chico espertismo e a anuência da CMC. Penso, que só no local V.a Ex.a se poderá inteirar da real situação. Também os afloramentos do jurássico médio, que pela sua importância, há todo o interesse, já demonstrado por V.a Ex.a, em preservar, continuam a ser destruídos (ver foto). Afinal do que está a CMC presidida por V.a Ex.a à espera? Espera-se, como parece ser costume, nos casos referenciados que o tempo passe para que "legalmente" se possa dizer que "já não há nada a fazer" ou invocar uma qualquer figura de "abuso do direito"?
Senhor Presidente é triste, que uma Câmara Municipal que a todos orgulha pelas suas iniciativas a nível, Cultural, Tecnológico e de Equipamentos Sociais, demonstre este laxismo nesta aldeia do Zambujal, cujos habitantes sempre respeitaram o património comum, se veja hoje confrontada com esta ocupação do seu património com o beneplácito da Câmara Municipal, o que penso dá força aos prevaricadores, se assim não é, não se vislumbram acções de sinal contrário, pois é o que sinto com frustração, consciente do meu dever cívico e habitual empenho em tudo o que se prenda com o "bem comum", e pergunto-me, será que vale a pena exercer a cidadania, que é tão enaltecida nos comícios eleitorais pelos candidatos e que agora parecem rejeitar?
Nas populações rurais também há eleitores que votam na "confiança e certeza" do bem fazer dos que elegem. Tenho pensado Senhor Presidente, se não anda a CMC preocupada, não em resolver o que tem sido denunciado, mas sim, em apanhar o denunciante em falta, (o que não é difícil, devido ao facto do vosso silêncio e inacção causar grande stress e frustração), para aí sim dispender todos os recursos para o silenciar ou em linguagem vulgar o "arrumar".
As fotos (que me dispenso de publicar)
Ao contrário do vizinho a Norte este terreno foi lavrado até ao local onde no dia 10 de Outubro fora depositado lixo, destruindo o caminho com o qual confrontava. Foto tirada a 4Nov07.
O mesmo local da foto anterior onde ainda se vê o caminho de confrontação dos terrenos a
nascente. Foto tirada a 11Out07
Continuação da destruição dos "Afloramentos do Jurássico Médio"
Senhor Presidente talvez cartazes esclarecedores nesta área de terrenos públicos na Reserva
Ecológica Nacional surtissem bom efeito, não lhe parece?
O silêncio da CMC sobre estes casos, começa a revelar-se uma das muitas formas de violência psicológica, pelo menos assim me parece.
Como também me parece que não abona em nada as boas práticas pelas quais a CMC tem sido
elogiada.
Sinto o que provavelmente sente o Sr. Dr. Pedro Cardoso sobre a avaria dos semáforos não
resolvida, em Ança que várias vezes denunciou solicitando uma solução para o bem comum.
Por último como diz a CMC sobre os dinossauros "eles andam por aí" com o seu cérebro "de broca" reptiliano em actividade cada vez mais visível. O prestigiado Professor Galopim de Carvalho diz que o cérebro dos dinossauros não seria muito maior que o cérebro duma galinha. O respeitável e respeitado Paleontólogo, tem patente no Museu da Pedra uma mensagem sobre o que estamos a fazer ao nosso planeta em termos ambientais, que nos deveria fazer pensar e agir com o nosso humano cérebro.
Com os melhores cumprimentos
Carlos Rebola
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Galopim de Carvalho,
lavra
Carta aos Membros da Assembleia Municipal em 2005
Zambujal, 12 de Dezembro de 2005
Exmo. Senhor
XXXXXXXXXXXXX
Membro da Assembleia Municipal da Câmara Municipal de
Cantanhede
Venho por este meio informá-lo, do teor de requerimento e exposição, relacionados com património público, por mim enviados ao Senhor Presidente da Câmara Municipal.
Para o efeito junto em anexo cópias dos referidos documentos.
Carlos Alberto Rebola Pereira
Esta carta e anexo Linkado foi enviado aos seguintes elementos da nossa autarquia, eleitos para a mesma, CMC, pelas funções nas quais foram investidos. (membros da Assembleia Municipal)
Presidente da Mesa da Assembleia Municipal
Abel Martins Carapêto
Filipe Ribeiro Figueiredo
José Machado Alves Carriço
Manuel Madeira Teixeira
Mário Miranda de Almeida
Alcides Pinheiro Santos Marralheiro
Aurélio Correia Gomes Sousa
Jorge Cruz Guerra
Laura Maria Mateus Domingues Costa
Maria Armanda Jesus Santos Pires Gavião
Pedro Alexandre Cruz Bento
Altino Domingues Cruz
Carlos Alberto Miranda Jesus Pessoa
Jorge Manuel Pereira Martins
Manuel Augusto Almeida Santos
Maria Dulce Pereira Costa Santos
Pedro Miguel Dinis Fernandes Gomes Carrana
Que se conheça este assunto nunca foi contemplado em qualquer acta da CMC (executivo ou Assembleia Municipal) o subscritor das cartas nunca recebeu qualquer retorno informativo, ou resposta.
Exmo. Senhor
XXXXXXXXXXXXX
Membro da Assembleia Municipal da Câmara Municipal de
Cantanhede
Venho por este meio informá-lo, do teor de requerimento e exposição, relacionados com património público, por mim enviados ao Senhor Presidente da Câmara Municipal.
Para o efeito junto em anexo cópias dos referidos documentos.
Carlos Alberto Rebola Pereira
Esta carta e anexo Linkado foi enviado aos seguintes elementos da nossa autarquia, eleitos para a mesma, CMC, pelas funções nas quais foram investidos. (membros da Assembleia Municipal)
Presidente da Mesa da Assembleia Municipal
Abel Martins Carapêto
Filipe Ribeiro Figueiredo
José Machado Alves Carriço
Manuel Madeira Teixeira
Mário Miranda de Almeida
Alcides Pinheiro Santos Marralheiro
Aurélio Correia Gomes Sousa
Jorge Cruz Guerra
Laura Maria Mateus Domingues Costa
Maria Armanda Jesus Santos Pires Gavião
Pedro Alexandre Cruz Bento
Altino Domingues Cruz
Carlos Alberto Miranda Jesus Pessoa
Jorge Manuel Pereira Martins
Manuel Augusto Almeida Santos
Maria Dulce Pereira Costa Santos
Pedro Miguel Dinis Fernandes Gomes Carrana
Que se conheça este assunto nunca foi contemplado em qualquer acta da CMC (executivo ou Assembleia Municipal) o subscritor das cartas nunca recebeu qualquer retorno informativo, ou resposta.
quinta-feira, março 27, 2008
Melhoramentos Rua da Oficina do Fernando
Finalmente a rua da oficina do Fernando foi arranjada e alcatroada, é a rua que vai do Poço do Vale em frente à Carpintaria Murta à oficina. Os trabalhos foram efectuados pela Junta de Freguesia em parceria com a Câmara Municipal.
É pena que esta rua não seja ligada à Rua do Carvalhal, se isto acontecer melhorará em muito a circulação à volta do lugar perincipalmente quando há necessidade de desvios da artéria principal do Zambujal.
quinta-feira, março 20, 2008
Primavera
Chegou a Primavera
e com ela as raras flores do Horst de Cantanhede
As mini orquídeas
E porque também há pastores no Horst e porque gosto do "Guardador de Rebanhos" que escreveu poemas, escolhi dois para patilhar, são de Albero Caeiro
Quando Vier a Primavera
Quando vier a Primavera,
Se eu já estiver morto,
As flores florirão da mesma maneira
E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada.
A realidade não precisa de mim.
Sinto uma alegria enorme
Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma
Se eu soubesse que amanhã morria
E a Primavera era depois de amanhã,
Morreria contente, porque ela era depois de amanhã.
Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?
Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo;
E gosto porque assim seria, mesmo se eu não gostasse.
Por isso, se morrer agora, morro contente,
Porque tudo é real e tudo está certo.
Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem.
Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.
Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências.
O que for, quando for, é que será o que é.
Quando tornar a vir a Primavera
Quando tornar a vir a Primavera
Talvez já não me encontre vivo no mundo.
Gostava agora de poder julgar que a Primavera é gente
Para poder supor que ela choraria,
Vendo que perdera o seu único amigo.
Mas a Primavera nem sequer é uma coisa:
É uma maneira de dizer.
Nem mesmo as flores tornam, ou as folhas verdes.
Há novas flores, novas folhas verdes.
Há outros dias suaves.
Nada torna, nada se repete, porque tudo é real.
e com ela as raras flores do Horst de Cantanhede
As mini orquídeas
E porque também há pastores no Horst e porque gosto do "Guardador de Rebanhos" que escreveu poemas, escolhi dois para patilhar, são de Albero Caeiro
Quando Vier a Primavera
Quando vier a Primavera,
Se eu já estiver morto,
As flores florirão da mesma maneira
E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada.
A realidade não precisa de mim.
Sinto uma alegria enorme
Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma
Se eu soubesse que amanhã morria
E a Primavera era depois de amanhã,
Morreria contente, porque ela era depois de amanhã.
Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?
Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo;
E gosto porque assim seria, mesmo se eu não gostasse.
Por isso, se morrer agora, morro contente,
Porque tudo é real e tudo está certo.
Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem.
Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.
Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências.
O que for, quando for, é que será o que é.
Quando tornar a vir a Primavera
Quando tornar a vir a Primavera
Talvez já não me encontre vivo no mundo.
Gostava agora de poder julgar que a Primavera é gente
Para poder supor que ela choraria,
Vendo que perdera o seu único amigo.
Mas a Primavera nem sequer é uma coisa:
É uma maneira de dizer.
Nem mesmo as flores tornam, ou as folhas verdes.
Há novas flores, novas folhas verdes.
Há outros dias suaves.
Nada torna, nada se repete, porque tudo é real.
Alberto Caeiro
Carta CMC Fev 2007 Terrenos Monte Grande - Logadrão
Zambujal, 12 de Fevereiro de 2007
Exmo. Senhor Presidente da Câmara Municipal de Cantanhede
Venho mais uma vez por este meio comunicar a Vossa Exa. porque penso que é necessária uma intervenção nos terrenos que ladeiam a estrada Monte Grande – Logradão, numa extensão de cerca de 1500 metros e numa largura que nalguns locais é superior a 50 metros. Principalmente a porção que pertence á Freguesia de Cadima e que na foto (disponibilizada pelo SIG do nosso município no seu explorador geográfico em http://sig.cantanhedeonline.pt) é de uma extensão de cerca de 1100 metros, com início no canto NE do recinto desportivo da ACRZ até ao cruzamento da estrada Monte Grande – Logadrão com o caminho São Gião (depósito da água) – Piares, quase no limite da Freguesia de Cadima (linha azul). Como se vê estes terrenos dum lado e doutro da estrada a vermelho numa largura de cerca de 50 metros estão situados na Reserva Ecológica Nacional (área a tracejado verde). As manchas vermelhas assinalam zonas onde foram depositados inertes com alcatrão, vindos das obras de saneamento do Zambujal e Fornos.
Foto (sigmc_NETSIG2220396858) – do monte grande ao limite da freguesia de Cadima pela “Estrada Real”[i].
Senhor Presidente
Eis algumas das razões que me trazem à defesa destes terrenos, para fruição de todos:
- Na minha opinião são públicos
- Na sua maioria estão situados na Reserva Ecológica Nacional.
- Na minha opinião constituem um elemento cultural, pois:
Situam-se precisamente na divisão das bacias hidrográficas do Mondego a sul e Vouga a norte.
Os terrenos constituídos basicamente por margas calcárias (de São Gião) são ricos em fósseis do Jurássico.
Os afloramentos do período Jurássico com estas características, existentes não são abundantes no nosso concelho.
São biótopo duma fauna e flora particular.
O caminho é referenciado pelo Dr. Simões Marques como das mais antigas vias de comunicação da freguesia de Cadima. E o Dr. Correia Góis descreve o itinerário que a rainha Dona Maria II fez nesta região em 1852, relatando factos curiosos.
- Constituem um instrumento pedagógico, porque:
Pelas suas características podem ser utilizados pelas escolas para a sensibilização da defesa da memória da terra e defesa do ambiente, nas vertentes hídricas, biofísicas e paisagísticas[1].
Têm potencialidade para serem um pólo vivo, em campo aberto, do Museu da Pedra.
De acordo com parecer da Dr.ª Helena Henriques,[ii] são instrumento para o ensino em áreas das ciências da terra nomeadamente, estratigrafia e paleontologia e merecem ser classificados.
- Podem constituir um parque onde todos possam:
Desenvolver actividades lúdicas amigas do ambiente.
Usufruir dum ambiente saudável e contribuir para a sua preservação.
Perante uma cada vez maior pressão humana, melhorar as condições biofísicas para diminuir a tensão ambiental, factores importantes da nossa futura qualidade de vida.
Mas Senhor Presidente tudo isto corre perigo de destruição, senão vejamos:
As infra-estruturas da adutora que abastece de água o Zambujal e Fornos estão mal tratadas. Como a foto documenta
Esta parece ser uma caixa que deveria proteger válvulas da adutora de água para Zambujal e Fornos (situa-se Junto da nascente dos Rodelos). Outras estão em mau estado e á mercê de tudo. Em alguns pontos desta importante conduta o terreno que a cobre já foi intervencionado por máquinas agrícolas.
Os marcos que foram colocados pela CMC em tempos têm desaparecido como documentam as fotos.
Este marco perto da lagoa do Ladrão foi arrancado e colocado nesta posição junto da estrada outros marcos têm surgido como se pode ver nas fotos seguintes
Em primeiro plano o marco arrancado e ao fundo um marco feito de viga de cimento pré forçado. Este marco já não se encontra no local resta o cepo de cimento estilhaçado.
Outro marco
Também o lixo continua a ser colocado impunemente nesta zona da REN
Estes afloramentos já foram destruídos
Mas ainda podemos salvar
Fósseis e cascalho miudinho como diria Carlos de Oliveira em “finisterra” estão aqui a recordar-nos que a terra também tem memória.
Ainda estamos a tempo, assim haja vontade, de preservar estes e aforamentos
Durante milhões de anos a natureza escreveu aqui as memórias do que já fora talvez uma praia de águas límpidas e areias brancas, esta janela temporal de mais de 140 milhões de anos não pode ser comparada pela janela temporal de meia dúzia de anos pela qual pela qual olhamos os nossos interesses. Isto pode ser destruído em horas como já aconteceu aqui perto.
Senhor Presidente
Tenho falado com vários proprietários de terrenos junto da área em causa e todos estão dispostos a colaborar com o Município para a salvaguarda dos terrenos contribuindo para a sua delimitação, o mesmo se passa com a maioria da população.
Por isso penso que não será difícil ao Município a aplicação prática dos instrumentos que tem à sua disposição. Hoje que se fala tanto em custos, penso que aqui serão mínimos uma vez que o importante para já é somente delimitar a área.
Senhor Presidente esta é a minha opinião sobre estes terrenos em concreto, que merecem ser classificados como Imóvel de Interesse Municipal, como é proposto pela Doutora Helena Henriques.
Senhor Presidente
O Parecer que a Sr.ª Professora Doutora Maria Helena Paiva Henriques do Departamento de Ciências da Terra da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra me enviou (cópia no final deste documento), foi entregue em Março de 2005 ao executivo da Junta de Freguesia de Cadima na pessoa do seu Presidente Senhor José Alberto Pessoa para que fosse elaborada a proposta de classificação dos terrenos em causa à CMC.
Talvez devido ao facto de haverem terrenos que pertencem a outras freguesias justifiquem o tempo de preparação da proposta.
Com os melhores cumprimentos
Carlos Alberto Rebola Pereira
[1] Existem nascentes naturais e lagoas, plantas e animais interessantes no seu habitat natural e a paisagem bela atesta o sentido estético dos romanos aliado ao lado prático (água e pastagens = alimento) ao viverem nesta zona.
[i] Esta via de comunicação é a chamada Estrada Real devido à passagem da Rainha D. Maria II e seu séquito, em 25 de Maio de 1852, por este caminho vinda de Lemede com destino a Montemor-o-Velho.
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domingo, março 09, 2008
O Sérgio deixou-nos inesperadamente
O jovem Sérgio Manuel Jorge da Silva, partiu (passou para o outro lado). Faleceu no dia 4 de Março, devido a acidente de viação (atropelamento) na Suiça, onde era emigrante.
O Sérgio, era um sócio e colaborador na ACRZ desde os primeiros momentos, tendo sido um grande dinamizador do pelouro do Futebol desporto que sempre praticou e lhe granjeou grandes amizades devido ao seu bom carácter (sempre pronto a ajudar os outros), o Sérgio era actualmente membro do Conselho Fiscal da Associação Cultural e Recreativa do Zambujal. Os Corpos Gerentes sócios e amigos da ACRZ associaram-se às muitas centenas de pessoas que acompanharam o Sérgio no seu funeral partilhando com os pais e familiares a dor desta grande perda, deixando-lhe as suas sentidas condolências.
Este poema de “Charles Pêguy” foi lido na missa de corpo presente, como se fosse declamado pelo próprio Sérgio, dizendo o seguinte:
“A morte não é nada,
Só passei para o outro lado,
Eu sou eu. Vós sois vós.
O que eu era para vós, continuo a ser.
Dai-me o nome que sempre me deste,
Falai-me como sempre o fizeste.
Não empregueis uma maneira diferente,
Não tomeis um ar triste.
Continuai a rir daquilo que nos fazia rir juntos,
Sorriam e pensem em mi m.
Que o meu nome seja pronunciado em casa
Como sempre foi,
Sem exagero de coisa alguma.
A vida significa tudo o que sempre foi.
O fio não está cortado.
Porque estarei fora do vosso pensamento?
Simplesmente porque não me vedes?
Não estou longe,
Só estou do outro lado do caminho.”
O Sérgio, era um sócio e colaborador na ACRZ desde os primeiros momentos, tendo sido um grande dinamizador do pelouro do Futebol desporto que sempre praticou e lhe granjeou grandes amizades devido ao seu bom carácter (sempre pronto a ajudar os outros), o Sérgio era actualmente membro do Conselho Fiscal da Associação Cultural e Recreativa do Zambujal. Os Corpos Gerentes sócios e amigos da ACRZ associaram-se às muitas centenas de pessoas que acompanharam o Sérgio no seu funeral partilhando com os pais e familiares a dor desta grande perda, deixando-lhe as suas sentidas condolências.
Este poema de “Charles Pêguy” foi lido na missa de corpo presente, como se fosse declamado pelo próprio Sérgio, dizendo o seguinte:
“A morte não é nada,
Só passei para o outro lado,
Eu sou eu. Vós sois vós.
O que eu era para vós, continuo a ser.
Dai-me o nome que sempre me deste,
Falai-me como sempre o fizeste.
Não empregueis uma maneira diferente,
Não tomeis um ar triste.
Continuai a rir daquilo que nos fazia rir juntos,
Sorriam e pensem em mi m.
Que o meu nome seja pronunciado em casa
Como sempre foi,
Sem exagero de coisa alguma.
A vida significa tudo o que sempre foi.
O fio não está cortado.
Porque estarei fora do vosso pensamento?
Simplesmente porque não me vedes?
Não estou longe,
Só estou do outro lado do caminho.”
sábado, março 08, 2008
E-mail CMC sobre destruição de afloramentos
Destruição de afloramentos
Carlos Rebola - carlos.rebola@gmail.com 1 de maio de 2007 19:51
Para: gap - gap@cm-cantanhede.pt
Ex.mo Senhor
Presidente da Câmara Municipal de Cantanhede
No passado 22 de Abril (Dia Mundial da Terra) após o Workshop sobre "…contributo das Geociências para a Sociedade" a convite da Sr.ªProfessora Dr.ª Helena Henriques, fui com o Dr. Carlos Gregório ao local dos afloramentos do Jurássico médio na zona de São Gião Junto à"estrada Real" Freguesia de Cadima (40º 18´ 09´´ N 008º 37´ 15.14´´W) e constatámos o seguinte:-
Destruição recente de uma significativa área de afloramentos.
- Uma área que ainda tem valor.
Além desta destruição constatei que o entulho (mais de um metro cúbico) continua onde foi depositado.
Mais lixo com materiais perigosos continua a ser vazado e uma grande área de afloramentos assim como caminhos em terrenos públicos, continuam cobertos com muitos milhares de metros cúbicos de resíduos misturados com alcatrão ou seus derivados.
As infra-estruturas da conduta de água deabastecimento de Zambujal e Fornos continuam a degradar-se.
Fotos em anexo
Com os melhores cumprimentos
Carlos Rebola
Carlos Rebola - carlos.rebola@gmail.com 1 de maio de 2007 19:51
Para: gap - gap@cm-cantanhede.pt
Ex.mo Senhor
Presidente da Câmara Municipal de Cantanhede
No passado 22 de Abril (Dia Mundial da Terra) após o Workshop sobre "…contributo das Geociências para a Sociedade" a convite da Sr.ªProfessora Dr.ª Helena Henriques, fui com o Dr. Carlos Gregório ao local dos afloramentos do Jurássico médio na zona de São Gião Junto à"estrada Real" Freguesia de Cadima (40º 18´ 09´´ N 008º 37´ 15.14´´W) e constatámos o seguinte:-
Destruição recente de uma significativa área de afloramentos.
- Uma área que ainda tem valor.
Além desta destruição constatei que o entulho (mais de um metro cúbico) continua onde foi depositado.
Mais lixo com materiais perigosos continua a ser vazado e uma grande área de afloramentos assim como caminhos em terrenos públicos, continuam cobertos com muitos milhares de metros cúbicos de resíduos misturados com alcatrão ou seus derivados.
As infra-estruturas da conduta de água deabastecimento de Zambujal e Fornos continuam a degradar-se.
Fotos em anexo
Com os melhores cumprimentos
Carlos Rebola
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Porquê "Estrada Real"
Aqui está a história da passagem do séquito real pelo Monte Grande vindo de Lemede a caminho do Méco era rainha Dona Maria II, daí a "Estrada Real"
sexta-feira, março 07, 2008
Destruição afloramentos do Gião Zambujal
26/04/07
Olá Dr.ª Helena Henriques
Olá Dr.ª Helena Henriques
Desculpe estar a ocupar o seu precioso tempo.Mas não resisto a pedir-lhe uma opinião sobre esta situação que as fotos documentam e que me envergonham. Será ainda possível, salvar, o pouco, que resta? Tanto mais que se encontram em terrenos públicos,apesar de todos os apelos que enderecei ao "Poder Local", cuja não resposta é desmobilizante, vou continuar por todos os meios tentar convencê-los da importância desta manifestação da "Mãe Terra" e é para isso, que, lhe peço o seu comentário, Professora Helena para mais uma vez tentar que ao menos se cumpra o que está estabelecido para a REN nesta zona dos afloramentos.
Um beijo e os meus agradecimentos
Carlos Rebola
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