sexta-feira, março 28, 2008

Carta CMC 5 Nov 2007

Zambujal, 5 de Novembro de 2007



Ex.mo Senhor Presidente da Câmara Municipal de Cantanhede



Mais uma vez venho denunciar o que tenho feito há anos a esta parte. Parafraseando o Senhor Vereador Dr. Pedro Cardoso na sua "Carta ao Director" no jornal "Boa Nova" de l de Novembro " "Consciente do meu dever cívico e habitual empenho em tudo o que se prenda com o "bem Comum"" tenho vindo a informar a Câmara Municipal de Cantanhede e a reclamar desta, acções conducentes à defesa dos terrenos públicos no Zambujal, que devido a uma inexplicável apatia da mesma estão todos os anos a serem ocupados por particulares em dezenas de milhares de metros quadrados com o óbvio desrespeito pelo património comunal, que vergonhosamente põe em risco o ambiente que é de todos, a qualidade da água armazenada nos aquíferos e os espaços verdes que por serem da população, deveriam estar ao seu serviço hoje e no futuro, as gerações futuras merecem solidariedade e respeito.


No passado dia 10 de Outubro de 2007 foi depositado entulho e lixo no sítio do "Chão do Pousio" em terreno público, artigo matricial n.° 16715, (40° 18'07" N; 8° 37'14" W) como fora reportado à CMC e a V.a Ex.a.


Pois Senhor Presidente da CMC, utilizando o "modus operandi", começar com algo aceite pela CMC, já várias vezes denunciado, a Va Ex.a e sem qualquer decisão por parte do poder local (Autarquia) de responsabilizar os autores, o terreno em frente do local referido acima, que confronta com caminho, foi recentemente lavrado, entrando vários metros no terreno público destruindo o caminho, uma espécie de "chico espertismo" que não havendo acção por parte da CMC, leva à ocupação de várias dezenas de metros do terreno público. Pois destruído o caminho, como se pode ver nas fotos, o próximo caminho é a estrada Monte Grande - Logadrão situada a poente, no meu entender é urgente acabar com estes desmandos, sob pena, de, com tristeza, voltar a ouvir dizer que, "não há nada a fazer" como aconteceu com o terreno de 8240 m2 (artigo matricial n.° 18192) no Monte Grande que a CMC parece ter deixado ocupar impunemente pelo Sr. XXXXXXXXXXX, no Monte Grande.


O tempo vai passando e os inertes com muitas toneladas de alcatrão de pavimento resultante das obras de saneamento do Zambujal, que também propositadamente ou não, cobriram os caminhos que existiam do lado esquerdo da Estrada Monte Grande - Logadrão continuam no mesmo sítio contaminando o solo numa área de várias dezenas de milhar de metros quadrados, com os tais resíduos perigosos (catalogados na lista de resíduos perigosos da UE), também aqui o mesmos "chico espertismo e a anuência da CMC. Penso, que só no local V.a Ex.a se poderá inteirar da real situação. Também os afloramentos do jurássico médio, que pela sua importância, há todo o interesse, já demonstrado por V.a Ex.a, em preservar, continuam a ser destruídos (ver foto). Afinal do que está a CMC presidida por V.a Ex.a à espera? Espera-se, como parece ser costume, nos casos referenciados que o tempo passe para que "legalmente" se possa dizer que "já não há nada a fazer" ou invocar uma qualquer figura de "abuso do direito"?


Senhor Presidente é triste, que uma Câmara Municipal que a todos orgulha pelas suas iniciativas a nível, Cultural, Tecnológico e de Equipamentos Sociais, demonstre este laxismo nesta aldeia do Zambujal, cujos habitantes sempre respeitaram o património comum, se veja hoje confrontada com esta ocupação do seu património com o beneplácito da Câmara Municipal, o que penso dá força aos prevaricadores, se assim não é, não se vislumbram acções de sinal contrário, pois é o que sinto com frustração, consciente do meu dever cívico e habitual empenho em tudo o que se prenda com o "bem comum", e pergunto-me, será que vale a pena exercer a cidadania, que é tão enaltecida nos comícios eleitorais pelos candidatos e que agora parecem rejeitar?

Nas populações rurais também há eleitores que votam na "confiança e certeza" do bem fazer dos que elegem. Tenho pensado Senhor Presidente, se não anda a CMC preocupada, não em resolver o que tem sido denunciado, mas sim, em apanhar o denunciante em falta, (o que não é difícil, devido ao facto do vosso silêncio e inacção causar grande stress e frustração), para aí sim dispender todos os recursos para o silenciar ou em linguagem vulgar o "arrumar".

As fotos (que me dispenso de publicar)
Ao contrário do vizinho a Norte este terreno foi lavrado até ao local onde no dia 10 de Outubro fora depositado lixo, destruindo o caminho com o qual confrontava. Foto tirada a 4Nov07.

O mesmo local da foto anterior onde ainda se vê o caminho de confrontação dos terrenos a
nascente. Foto tirada a 11Out07


Continuação da destruição dos "Afloramentos do Jurássico Médio"


Senhor Presidente talvez cartazes esclarecedores nesta área de terrenos públicos na Reserva
Ecológica Nacional surtissem bom efeito, não lhe parece?

O silêncio da CMC sobre estes casos, começa a revelar-se uma das muitas formas de violência psicológica, pelo menos assim me parece.
Como também me parece que não abona em nada as boas práticas pelas quais a CMC tem sido
elogiada.


Sinto o que provavelmente sente o Sr. Dr. Pedro Cardoso sobre a avaria dos semáforos não
resolvida, em Ança que várias vezes denunciou solicitando uma solução para o bem comum.


Por último como diz a CMC sobre os dinossauros "eles andam por aí" com o seu cérebro "de broca" reptiliano em actividade cada vez mais visível. O prestigiado Professor Galopim de Carvalho diz que o cérebro dos dinossauros não seria muito maior que o cérebro duma galinha. O respeitável e respeitado Paleontólogo, tem patente no Museu da Pedra uma mensagem sobre o que estamos a fazer ao nosso planeta em termos ambientais, que nos deveria fazer pensar e agir com o nosso humano cérebro.


Com os melhores cumprimentos
Carlos Rebola

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