A minha opinião sobre o teu artigo " Equívocos sobre Psicologia e Religiões" em http://dosonhoaoprojecto.blogspot.com/
Na minha opinião, a grande questão que se coloca é a super especialização (saber quase tudo sobre quase nada) que a sociedade de hoje exige. O homem aspira a completar-se, mas é obrigado a não misturar, é-lhe quase que exigido uma abordagem analítica de acerca de tudo. Isto é, temos que analisar as coisas isoladamente, e optar. Penso que na questão religiosa, não se foge à regra.
Criam-se muros em vez de pontes. Talvez, se ao contrário fosse exigida uma análise sistémica, o "paradigma perdido" explanado por Edgar Morin, fosse encontrado.
Senão vejamos. Porque havemos de ter uma só religião ou ideologia quase sempre geradoras de intolerâncias e fanatismos (dogmas e verdades absolutas) quando a integração de todos os saberes adquiridos pela humanidade até hoje são (penso) o caminhar para o que se atribui a "deus" dogmaticamente e que desconhecemos e possivelmente nunca será conhecido. Provavelmente para além do além haverá sempre um além.
O problema é que se à procura de muros em vez de se procurarem pontes. Procura-se o que nos separa em vez daquilo que nos une. Este comportamento cria fracturas em vez de uniões. Isto verifica-se especialmente nas questões religiosas e ideológicas.
Porque motivo se há-de ter uma só religião quando podemos partilhar de todas elas o que cada uma tem de bom para todos?
Será que não existem pontes entre o marxismo, o cristianismo, entropia, a criação, a psicologia, o espiritismo, … ad infinitum? Porque continuamos à procura dos muros?
Parece que a unificação é impossível, mas a teoria do campo parece contrariar isto quando refere que tudo está ligado em rede. Veja-se as implicações a nível global, que tem um peno distúrbio na economia dos EUA. Esse distúrbio não implica alterações de comportamento de quase todos? Até ao extremo de haverem suicídios e crimes relacionados com esse pequeno distúrbio económico, os juros aumentam e há sempre alguém que desespera por não poder cumprir os seus compromissos assumidos com credores.
A teoria do caos (um leve bater de asas duma borboleta na China provoca um furacão na América do Norte) também nos conduz á percepção de que tudo está interligado.
Poeticamente o grande Fernando Pessoa dizia, que sempre que se deixava cair um grão de areia, todo o universo estremecia, não será isto verdade á luz da teoria da gravitação?
Penso que o encontro do homem com ele próprio só acontecerá quando ele tomar consciência que é parte integrante do sistema universal e não é possível existir desintegrado desse sistema que possivelmente é o infinito absoluto a que Descartes chamava a perfeição porque por mais que se lhe retire ou acrescente ele continua imutável por ser infinito. Pode ser que este sistema infinito a que chamamos universo seja o deus que nunca o homem poderá conhecer, por ser parte integrante e actuante nele (teoria dos fractais).
Em 1879 a psicologia só se emancipou da filosofia e esta com os pré socráticos emancipou-se da superstição. Mas no fundo, será que, o "primeiro homem" já carregaria consigo todo o saber ciência e conhecimentos que hoje conhecemos e que há-de inevitavelmente aumentar? Não será que aqueles que vieram depois o que fizeram não foi mais do que tomar consciência (descobrir) do estava neles? Como fez o tal "primeiro homem" quando tomou consciência da sua própria existência, se descobriu?
Vasco penso que tudo está intimamente interligado, se "confusão" parece existir é porque não queremos aceitar a existência das "pontes", que teimamos, em querer substituir por muros, numa abordagem analítica em vez de sistémica, do universo "humano" e não só.
Zambujal, 16 de Setembro de 2007
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