segunda-feira, outubro 29, 2007

Exposição sobre terrenos públicos no Zambujal

Exmo. Senhor

Presidente da Câmara Municipal de Cantanhede


Carlos Alberto Rebola Pereira, B.I. N.º xxxxxxx emitido em 16/11/1999 pelo Arquivo de Identificação de Coimbra, contribuinte fiscal Nº xxxxxxx da Repartição de Finanças 0710 de Cantanhede, morador na Rua Vale de Zambujal, N.º 108, Zambujal, 3060-115 Cadima.
Na qualidade de munícipe vem requerer a V. Exa. ao abrigo da legislação aplicável, que a Câmara Municipal proceda à delimitação, por meio de marcos, dos terrenos que no Zambujal não são propriedade privada, designadamente o terreno identificado com o artigo matricial N.º 18192, cuja gestão e administração são da responsabilidade das autarquias.

Zambujal, 12 de Dezembro de 2005

Pede deferimento





Junta: - Exposição

Exposição



Zambujal, 12 de Dezembro de 2005


Exmo. Senhor
Presidente da Câmara Municipal de Cantanhede
Com conhecimento ao Sr. Presidente e membros da Assembleia Municipal e ao Sr. Presidente da Junta de Freguesia de Cadima

Assunto: Património

Carlos Alberto Rebola Pereira, morador no lugar do Zambujal.
Na sequência da carta que lhe enviei aquando da campanha eleitoral e de outras iniciativas que há mais de uma década vêm sido tomadas junto da Câmara Municipal sempre com o objectivo claro de que a Câmara Municipal tome as decisões necessárias à resolução definitiva da seguinte situação:

A) Assiste-se há mais de uma década a uma sistemática ocupação e delapidação de património que é todos.

B) Esse património é constituído essencialmente por terrenos.

(No Lugar do Zambujal não existe assembleia de compartes de baldios)


Esta situação parece pôr em causa:

- A preservação do ambiente, parte do referido património situa-se em plena REN.

- A qualidade de vida dos munícipes, retirando-lhe espaços comuns, onde a liberdade de circulação e fruição de espaços naturais privando-os do seu gozo.

- O relevo, flora e fauna em zonas que estão classificadas para a sua preservação, (orquídeas, aromáticas e outras plantas autóctones, aves, mamíferos e répteis).

- Formações geológicas de calcários margosos referenciadas em cuja superfície são encontrados fósseis, dos quais o nosso Museu da Pedra se orgulha de mostrar exemplares por exemplo amonites.

- Nascentes e lagoas que em tempos abasteceram as populações do Zambujal e lugares vizinhos, deram e, ainda dão de beber, a animais domésticos e selvagens.

- Condutas de água que abastecem o Zambujal e Fornos cujas estruturas estão a ser deterioradas.

- As linhas de água e níveis freáticos com a deposição de inertes, entulhos, lixo etc.

- Os factos supra relatados podem pôr em causa o Poder Local e a Autoridade Autárquica.


Note-se, que o Departamento de Urbanismo da Câmara Municipal de Cantanhede com os seus serviços funcionais Ordenamento do Território e Informação Geográfica possuem com certeza as informações das alterações operadas no território do Concelho.

Em anexo faculta-se três fotografias aéreas do Concelho de há cerca de dez anos, onde se pode ver as áreas do Monte Grande, Rodelos, São Gião e Lagoa do Ladrão. Para que se tenha uma visão da modificação do relevo e da erosão das zonas identificadas nas fotografias, compare-se com as actuais.
A Câmara Municipal conhece estes factos, mercê das visitas feitas aos locais, lamentavelmente sem consequências jurídicas e práticas.

Compare-se a foto 3 com a foto 4:
Na primeira mostra-se o Monte Grande na seguinte a Quinta de São Mateus, onde foi projectado e construído o novo quartel dos Bombeiros Voluntários.
A Câmara Municipal permitiria que se fizesse na Quinta de São Mateus o que se fez no Zambujal?







Por fim, deixa-se à consideração de V. Exa. Algumas frases que se Vão ouvindo mas que acabam por cansar!


“A Câmara deixa apanhar tudo e não se importa”;
“Eles apanham o que querem e ninguém quer saber”;
“Não se preocupe que está tudo a ser resolvido”;
“Sabe o problema é deixar-se arrastar as coisas tanto tempo”;
“A Câmara não tem meios”;
“Não é assim tão simples”;
“Vou por fulano de tal ao corrente”;
“Provavelmente só em tribunal se resolve”;
“Tiveram trinta anos para reclamar e não o fizeram”;
“Agora é tarde demais”;
“……………………………………………………”
“A Culpa morrerá solteira” ?






Carlos Alberto Rebola Pereira




Anexos: - quatro fotografias















Anexo 1




Foto 1 – Nesta foto, com cerca de dez anos, é mostrada e assinalada a chamada “Estrada Real” numa extensão de cerca de 1500 metros entre o Monte Grande e a Lagoa do Ladrão. A faixa de terreno assinalada em alguns pontos chegava a ter mais de 40 metros de largura. O rectângulo, que é mostrado na foto seguinte, amplia a zona da nascente dos Rodelos.





Anexo 2







Foto 2 – Nesta foto, que é ampliação zona limitada a negro na Foto 1, vêem-se os vários caminhos públicos e formações geológicas de calcários margosos e também se pode avaliar a sua largura. Actualmente encontra-se toda a área modificada.








Anexo 3

Foto 3 – Nesta foto está assinalado o terreno, propriedade da Câmara Municipal, identificado com o artigo matricial N.º 18192, também estão assinalados terrenos que foram intervencionados recentemente, com a deposição de inertes e restos de alcatrão, retirados das valas para o saneamento e drenagem de águas residuais do Zambujal, foi com conhecimento da Câmara Municipal?







Anexo 4

Foto 4 – Nesta foto da zona do estádio dos Marialvas, Tribunal, Biblioteca e Quinta de São Mateus na cidade, foi aposto o contorno dum dos terrenos propriedade da Câmara Municipal no Monte Grande Zambujal, para que possamos fazer uma comparação em termos de área, as fotos estão a uma escala parecida, senão igual.
Aliás na zona do Monte Grande existe superfície bastante para construir vários quartéis de bombeiros em terreno público.

Carta aos candidatos autárquicos em 2005

Carta enviada aos candidatos à presidência da CMC e Junta de Freguesia de Cadima durante a campanha eleitoral. Esta é um exemplo, pois todas as outras eram do mesmo teor.

Zambujal, 3 de Outubro de 2005
Senhor Candidato à Presidência da Junta de Freguesia de Cadima Exmo. Senhor José Alberto
Sou Carlos Alberto Rebola Pereira, eleitor, morador no lugar de Zambujal e venho por este meio solicitar ao Senhor Candidato a Presidente da nossa Junta de Freguesia, me informe ou torne público, o que considero mais consentâneo com o período eleitoral, qual a posição que a Junta de Freguesia a ser dirigida por Vossa Exa. assumirá em relação ao património público que existe no Zambujal e sobre o qual não referenciamos quaisquer sinais claros de acções de reivindicação por parte da Junta de Freguesia, pelo contrário, verificou-se por estes dias particulares a reclamarem como seu património público, como por exemplo no Penedo do Pires, no São Francisco, no cruzamento rua do Outeiro Rodeios, etc. Estou a falar concretamente dos terrenos públicos rústicos e incultos, numa extensão que acompanha a chamada Estrada Real que vai do Monte Grande à Lagoa do Ladrão (logadrão), passando pelos Rodelos, mas existem outros terrenos que merecem a mesma atenção. Estou motivado para esta questão porque ainda recentemente no Zambujal, para que a população readquirisse terrenos que sempre foram públicos teve que se recorrer aos tribunais, com enormes custos sociais e de toda a ordem, situação que se evitará, se a Junta de Freguesia com o devido apoio da Câmara Municipal, atempadamente, não deixar que se delapide por qualquer modo o seu património, que em última análise é de todos e não só de alguns. A correcta afectação deste património, pode contribuir para a melhoria do meio ambiente e em consequência da qualidade de vida de todos.
Ao exercer os meus direitos de cidadania quero fazê-lo com a convicção e consciência que cumpro os deveres desta mesma cidadania.
Com votos de boa campanha para o esclarecimento e consciencialização dos moradores na
nossa Freguesia, o meu abraço
Carlos Alberto Rebola Pereira
P.S. - Esta minha solicitação foi enviada a todos os candidatos à Presidência da Junta de Freguesia e Câmara Municipal.

domingo, outubro 21, 2007

Opinião "Cidadania e ambiente"

Olá Dr. Vasco li hoje, o seu artigo de opinião na "Boa Nova" e partilho, concordando, com o que escreveu. Os meus parabéns pelo artigo.Dr. Vasco quanto ao exercício da cidadania quero dizer-lhe o que penso à guisa de desabafo.- Ressalvando as devidas excepções, os políticos com responsabilidades, legitimidades decisórias, em tempo de eleições dizem "eu faço..." , "eu comprometo-me a fazer...", "Eu ...", convencem o eleitorado e por isso são eleitos.- Depois de eleitos dizem "as responsabilidades são de todos ..." fazendo tudo por nos esquecermos que elegemos cidadãos que assumiram muito maiores responsabilidades, que as dos comuns cidadãos o grosso dos eleitores. Isto faz-me lembrar a (história do passarinho e da águia perante o incêndio na floresta) em que o passarinho levava água no bico em correria louca para apagar o incêndio e a águia perguntou-lhe o que ele andava a fazer, sabendo-se que as águias não falam com os passarinhos, comem-nos.- Quando alguém exerce o direito de cidadania e deveres constitucionais, na defesa do ambiente e património que é de todos, também dos políticos estes não raramente fazem tudo para o desmobilizar, muitas vezes argumentando com questões financeiras "o omnipotente DEUS DINHEIRO dos nossos dias".- Quando o exercício de cidadania é exercido em defesa da comunidade e não é atendido por quem pode resolver a questões que se querem resolvidas para o bem da comunidade, cria no cidadão responsável muitas vezes revolta, que o tempo transforma em tristeza e depois em alheamento e desprezo pelos seus deveres e direitos, pelos menos resistentes, ou mais vulneráveis ao desgaste psicológico que intencionalmente ou não, lhe é infligido. Aí os que dizem que "todos são responsáveis" menos eles, ao que parece, sentem-se vitoriosos com a demissão dos que reivindicam a solução dos problemas ambientais, com essa demissão acabaram-se as chatices (a avestruz de cabeça na areia). Deste património que é de todos, o Ambiente, que continua a ser tão mal tratado com as consequências que referiu no seu artigo.- A Agenda 21 é clara quando refere que são os pequenos ataques ambientais não resolvidos localmente que ao se acumularem geram os grandes problemas que hoje afligem o ambiente. Os imensos areias dos desertos são constituídos pela soma de pequeníssimos grãos de areia. A mesma agenda 21 recomenda que devemos pensar globalmente, planear regionalmente e agir localmente.Dr. Vasco o meu desabafo resulta da grande tristeza pelo facto de estar a ser testemunha de graves atentados ao ambiente que poderiam ser resolvidos facilmente.Tenho esperança numa geração de políticos autarcas jovens que têm como prioridade a defesa do ambiente. Entre nós algo tem sido feito, apesar de insuficiente.Não sou budista, mas o Dalai Lama, fez-me reflectir. quando disse ontem perante uma assistência de portugueses "compreendo que o governo não possa fazer muito pelos direitos humanos" riu-se e rematou "mas vocês cidadãos podem"

Equivocos sobre psicologia e religiões de Vasco Otero

A minha opinião sobre o teu artigo " Equívocos sobre Psicologia e Religiões" em http://dosonhoaoprojecto.blogspot.com/

Na minha opinião, a grande questão que se coloca é a super especialização (saber quase tudo sobre quase nada) que a sociedade de hoje exige. O homem aspira a completar-se, mas é obrigado a não misturar, é-lhe quase que exigido uma abordagem analítica de acerca de tudo. Isto é, temos que analisar as coisas isoladamente, e optar. Penso que na questão religiosa, não se foge à regra.
Criam-se muros em vez de pontes. Talvez, se ao contrário fosse exigida uma análise sistémica, o "paradigma perdido" explanado por Edgar Morin, fosse encontrado.
Senão vejamos. Porque havemos de ter uma só religião ou ideologia quase sempre geradoras de intolerâncias e fanatismos (dogmas e verdades absolutas) quando a integração de todos os saberes adquiridos pela humanidade até hoje são (penso) o caminhar para o que se atribui a "deus" dogmaticamente e que desconhecemos e possivelmente nunca será conhecido. Provavelmente para além do além haverá sempre um além.
O problema é que se à procura de muros em vez de se procurarem pontes. Procura-se o que nos separa em vez daquilo que nos une. Este comportamento cria fracturas em vez de uniões. Isto verifica-se especialmente nas questões religiosas e ideológicas.
Porque motivo se há-de ter uma só religião quando podemos partilhar de todas elas o que cada uma tem de bom para todos?
Será que não existem pontes entre o marxismo, o cristianismo, entropia, a criação, a psicologia, o espiritismo, … ad infinitum? Porque continuamos à procura dos muros?
Parece que a unificação é impossível, mas a teoria do campo parece contrariar isto quando refere que tudo está ligado em rede. Veja-se as implicações a nível global, que tem um peno distúrbio na economia dos EUA. Esse distúrbio não implica alterações de comportamento de quase todos? Até ao extremo de haverem suicídios e crimes relacionados com esse pequeno distúrbio económico, os juros aumentam e há sempre alguém que desespera por não poder cumprir os seus compromissos assumidos com credores.
A teoria do caos (um leve bater de asas duma borboleta na China provoca um furacão na América do Norte) também nos conduz á percepção de que tudo está interligado.
Poeticamente o grande Fernando Pessoa dizia, que sempre que se deixava cair um grão de areia, todo o universo estremecia, não será isto verdade á luz da teoria da gravitação?
Penso que o encontro do homem com ele próprio só acontecerá quando ele tomar consciência que é parte integrante do sistema universal e não é possível existir desintegrado desse sistema que possivelmente é o infinito absoluto a que Descartes chamava a perfeição porque por mais que se lhe retire ou acrescente ele continua imutável por ser infinito. Pode ser que este sistema infinito a que chamamos universo seja o deus que nunca o homem poderá conhecer, por ser parte integrante e actuante nele (teoria dos fractais).

Em 1879 a psicologia só se emancipou da filosofia e esta com os pré socráticos emancipou-se da superstição. Mas no fundo, será que, o "primeiro homem" já carregaria consigo todo o saber ciência e conhecimentos que hoje conhecemos e que há-de inevitavelmente aumentar? Não será que aqueles que vieram depois o que fizeram não foi mais do que tomar consciência (descobrir) do estava neles? Como fez o tal "primeiro homem" quando tomou consciência da sua própria existência, se descobriu?

Vasco penso que tudo está intimamente interligado, se "confusão" parece existir é porque não queremos aceitar a existência das "pontes", que teimamos, em querer substituir por muros, numa abordagem analítica em vez de sistémica, do universo "humano" e não só.

Zambujal, 16 de Setembro de 2007

Noite de Fados


Noite de Fados - No passado Sábado, 13 de Outubro, a Associação Cultural e Recreativa do Zambujal, levou a efeito a anunciada Noite de Fados, que ao encher o Salão com amigos e sócios da ACRZ, foi um êxito numa maravilhosa noite que se prolongou até de madrugada, (duas da manhã).
Este evento consistiu numa primeira parte, preenchida com o fado castiço de Lisboa na voz da fadista da Mouraria, Odete Rocha. Na segunda parte que teve início à meia noite, foi a vez de Coimbra, em que o grupo “Velha Guarda Coimbrã” ofereceu aos presentes uma serenata, durante a qual as guitarras portuguesas e as vozes vestidas com o negro das capas da academia, encheram a sala com a musica e os poemas, que dão corpo à nossa alma lusitana e coimbrã, no romantismo e na saudade, que do “Choupal até à Lapa” nos mostra a cidade das tradições e saberes. Pois é na hora da despedida que “Coimbra tem mais encanto” e emocionados os presentes cantaram a despedida terminando com um grande Eeeeeeefe, eeeeRRRre, ah.
Durante o evento foi servido caldo verde, chouriço assado e vinho.
A ACRZ ofereceu a cada elemento do grupo de fados uma miniatura de guitarra artesanal e leiloou outra destas peças que foi arrematada por cento e cinquenta euros para ajudar à conclusão das obras do salão.
Carlos Rebola

Melhor aluno


Prémio de melhor aluno – O jovem estudante Johan Lourenço dos Santos, da comunidade do Zambujal, foi distinguido, no dia 12 de Outubro de 2007, com o 1.º prémio de melhor aluno do 9.º ano (2006/2007), prémio instituído pela Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Cantanhede e Mira.


A comunidade orgulhosa dos seus jovens, que assim se distinguem e são exemplos a seguir, dá os seus parabéns e votos de felicidades, ao ilustre aluno Johan, que depois de frequentar a Escola Pedro Teixeira em Cantanhede, continua os seus estudos em Coimbra, na Escola Secundária José Falcão. Parabéns também aos seus primeiros professores, na escola da família, os seus pais, Carlos Duarte dos Santos e Lúcia Pereira Lourenço dos Santos.